“A teoria e a prática, completas,
do conhecimento, Eu vou explicar-te agora;
depois de tê-las entendido, na verdade,
nada mais resta, neste mundo, pra saber.
Entre milheiros e milheiros d´homens,
talvez, apenas um, luta pla perfeição;
dos que lutam assim, sendo perfeitos,
talvez, apenas um, Me conheça de facto.”(Vyassa, Bhagavad-gîta, Cântico 7, 2-3)
Apalavra jñâna significa ´conhecimento´, ´intuição´ ou ´sabedoria´. No sentido espiritual jñâna é um tipo específico de conhecimento ou intuição libertadora. Jñâna é a disciplina espiritual do conhecimento.
O jñâna-yoga é, talvez, o mais exigente em termos de qualificações por parte do discípulo. Segundo a tradição, este yoga dirige-se àqueles cujo espírito já foi preparado e purificado pela prática de outros yogas ou pela devoção a Deus e ao guru (mestre espiritual).
Para o Jñâna Yoga o conhecimento é a forma suprema de acabar com toda a ilusão e desilusão do ser, levando o praticante a enfrentar-se com a Realidade, e a alma. O conhecimento é a identificação da essência unitária de todas as coisas e objectos. Portanto, o conhecimento (jñâna) é bastante diferente do conhecimento normal, que vem através da mediação dos sentidos ou pelo pensamento e entende as coisas pelo exterior. A sabedoria é uma apreensão directa da Realidade ou da Auto-realização.
Os alicerces desta via do yoga assentam na prática do discernimento, na intuição discriminativa (viveka-khyâti). Esta prática, que tem várias etapas, visa a abolição da ignorância existencial (avidyâ), causa da confusão primordial do ser humano, que o leva a considerar como permanente aquilo que é transitório, como puro o impuro, como felicidade aquilo que está repleto de sofrimento e como Eu puro o eu empírico. Uma vez abolida esta ignorância, por meio da prática do discernimento, surge o Conhecimento (jñâna), a que os Textos Sagrados chamam “Conhecimento de Brahman”.