Oraja-yoga, yoga real ou yoga de Patañjali baseia-se na filosofia do Samkhya, mas defende que é necessãrio uma disciplina prática e um grande esforço que vão permitir ao indivíduo realizar um trabalho sobre o seu espírito, apaziguando-o e tornando-o assim, receptivo à revelação do Conhecimento. Caso contrário não haverá uma transformação do espírito e o conhecimento adquirido só pelo estudo intelectual, não vai libertar o Homem das limitações impostas pela sua condição humana e vai mantê-lo no domínio da experiência condicionada.
O raja-yoga refere-se específicamente ao yoga de Patañjali, cujo texto principal é o Yoga-sutra. O Yoga-sutra é composto por 196 aforismos curtos e profundos escritos em sânskrito e que evidenciam a necessidade que o adepto do yoga tem em seguir uma discíplina prática. Neste texto Patañjali demonstra que o yoga é uma via de transformação do ser humano, que à medida que o yogi vai transpondo as diversas etapas (oito ramos/membros ou ashtanga yoga), vai também aproximando-se de um estado de pureza física e psíquica que lhe vai permitir alcançar a realização do conhecimento absoluto entrando assim num estado unitivo ao qual Patañjali chama samadhi
O hatha-yoga não se situa nas quatro grandes correntes do yoga clássico. Ele é uma derivação do Raja-yoga. No ocidente o hatha-yoga é o yoga mais acessível tanto ao nível da prática como da compreensão dos seus princípios. É também a forma de yoga mais conhecida pelos ocidentais.
Etimologicamente, hatha significa: ´ha´ sol, positivo e ´tha´ lua, negativo e yoga significa união. Portanto hatha-yoga é a união entre o sol e a lua. Simbolicamente, para o yoga, o sol e a lua designam os dois pólos opostos de toda a manifestação. É a união dos opostos.
Em linhas gerais, o hatha-yoga é composto por kriya, âsana e prânâyâma. O kriya é um processo de limpeza ou purificação do corpo. Este processo consiste em técnicas de lavagem interna, executados com água ou com ar. Existem seis kriyas principais, mais conhecidos pelos Sât kriya. Âsana são posturas físicas através das quais o yogui começa por trabalhar o seu corpo, tornando-o mais saudável e forte, o que vai proporcionar-lhe um estado de estabilidade interior, condição necessária para passar para as etapas mais avançadas. O termo prânâyâma é composto por duas palavras “prâna” sopro ou respiração e “ayama” controlar, alongar, reter. Nesta etapa o yogui aprende a controlar a inspiração, a expiração e a retenção do sopro. Esta etapa é muito importante, pois é através do controlo da respiração que o yogui consegue apaziguar o mental tornado-o apto para entrar noutras etapas em que é necessário uma maior interiorização. Existem muitos exercícios de prânâyâma que normalmente são acompanhados por mudras e bandhas. Estas três etapas preparam o yogui para a meditação (dhyana) onde ele tenta realizar o objectivo do hatha-yoga: a união com a Realidade Absoluta.